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Entrevista com o fundador

HISTORIA E TECNOLOGIA

O segmento madeireiro do Brasil passou por grande desenvolvimento nas últimas décadas. A modernização das máquinas, o aproveitamento de matéria prima e o aumento no cuidado com o meio ambiente foram algumas das mudanças mais perceptíveis. Um dos responsáveis por parte desse desenvolvimento não é nascido no Brasil, mas sente-se brasileiro. Stefan Koller, nascido na região da antiga Iugoslávia e fundador da Indumec Indústria Mecânica Ltda, dedicou-se exclusivamente ao desenvolvimento e produção de máquinas para o beneficiamento do setor da madeira.

Logo após o término da Segunda Guerra Mundial, Stefan Koller, acompanhado de sua mãe, aportou em Paranaguá (PR). Antes disso, o jovem havia cursado a escola técnica de mecânica na Áustria, onde aprendeu a trabalhar com máquinas e motores, mas iniciou efetivamente a vida profissional no Brasil. Após terminar o curso de contabilidade e de desenho mecânico por correspondência, em Irati (PR), mudou-se para Curitiba (PR), onde vive com a família até hoje.

Empresário, vendedor e técnico, no início de sua carreira desenhava e projetava as máquinas, tendo desenhado o primeiro Secador que foi produzido no Brasil. Hoje, com 88 anos de idade, ainda acompanha os rumos da Indumec. A empresa está entre as mais importantes na confecção de máquinas para fabricação de compensado. A recomendação de Stefan para atingir este patamar é acompanhar os avanços tecnológicos e jamais deixar de lado a constante busca por melhoria no desempenho. Ele afirma: “é difícil vender a primeira máquina, mas muito mais difícil é vender a segunda ou a terceira para o mesmo cliente, porque nossos maquinários são quase como nossa própria concorrência, pela alta qualidade e durabilidade”.

Atualmente, a empresa é dirigida pelos filhos Anne Marie e Eduardo, e mais recentemente conta com a terceira geração, as netas Stephanie e Eduarda, que também estão dando continuidade ao que ele começou há tantos anos atrás. No início, a Indumec contava com 12 funcionários, e com o passar do tempo foi
necessário achar um novo local para expandir e hoje em dia a empresa conta com 50 funcionários.

Como veio parar no Brasil?

Stefan: Eu tinha 17 anos quando vim para o Brasil, em 1951. Meu pai faleceu na guerra, lutando como soldado. Tinha nove anos na época e foi um período muito difícil. Junto com a minha mãe, fomos expulsos de nossa casa e tivemos que morar de favor na casa de outras pessoas, fugindo da guerra e nos escondendo de bombardeios dos aviões. Lembro-me ainda, onde as bombas caiam abria-se um enorme buraco. Casas inteiras de repente sumiam. Depois da guerra, nós moramos sete anos na Áustria, e de lá organizaram um grupo grande de 500 famílias e nos trouxeram para o Brasil.

Como foi o início no Brasil?

Stefan: Viemos de navio. Chegamos em Paranaguá (PR) e de lá fomos e ficamos em uma região perto de Guarapuava. No começo foi muito difícil, não falávamos nada de português. Fomos aprendendo devagar, eu trabalhava como garçom e depois de um ano e meio morando no Brasil que me matriculei no ginásio – atual ensino médio – e consegui entrar em cursos preparatórios.

Qual foi o primeiro trabalho no Brasil?

Trabalhei em uma oficina mecânica em Guarapuava, porque na Áustria eu já trabalhava em fábricas como aprendiz de mecânico. Em Irati, onde morei por quase dez anos, trabalhava diretamente com máquinas, e fazia a serra fita e o torno em uma empresa do setor. No ano de 1961, depois que terminei contabilidade em Irati, queria fazer faculdade de engenharia, então viemos morar em Curitiba.

No final não consegui fazer engenharia, pois precisava de um emprego, e não foi mais possível estudar e trabalhar ao mesmo tempo. Mas me orgulho pelo meu filho que fez engenharia. Neste emprego em Curitiba, também na área, eu trabalhei como projetista com o aprendizado do curso de desenho mecânico por correspondência, que fiz ainda em Irati, e desenhei o primeiro Secador que foi produzido no Brasil, a partir de um prospecto. Após isso, entrei na Indumec.

Como começou na lndumec?

Stefan: Em 1970 entrei como sócio, eu assumi o risco dessa mudança de sair de um emprego estável com o apoio da minha esposa e da minha mãe, pois tinha a certeza de que seria o melhor investimento da minha vida. Depois de um ano e meio, veio a oportunidade de comprar a parte dos outros sócios e passei a tocar a Indumec. Vendi tudo o que tinha acreditando neste sonho, e fomos morar nos fundos da empresa até conseguir atingir uma estabilidade novamente, oito anos mais tarde. O suporte da minha família sempre foi essencial e com muito trabalho consegui desenvolver a empresa para o que é hoje.

Como era a situação na época para o desenvolvimento dessa atividade?

Stefan: Foi bastante lento. Quase ninguém conhecia o compensado quando foram fabricadas as primeiras prensas. A diferença é grande comparado com as prensas atuais, principalmente se falando na tecnologia, que possibilitou o aumento da produção, mas naquele tempo era novidade no mercado.

Atualmente, qual é o modelo mais comercializado pela Indumec?

Stefan: O maquinário mais comercializado é a prensa, com carregadores e descarregadores automáticos.

Nossa prensa é composta de pratos com chapas de aço maciço perfurados, para que haja melhor distribuição de calor e otimização de tempo, e hoje produzimos prensas de até 41 pratos, que garantem um ciclo contínuo de produção.

O projeto do carregador e descarregadores foi comprado da empresa Raute Wood da Finlândia, que possibilita que as lâminas sejam carregadas com o número máximo de chapas, prensadas de uma vez só. E, automaticamente após prensar, o descarregador abre e empurra uma de cada vez para fora, empilhando-as.

A Indumec é uma empresa familiar que está na terceira geração. Quais os desafios e objetivos para a nova geração dar continuidade no que foi iniciado há 60 anos atrás?

Para Stephanie e Eduarda, netas do fundador Stefan, os maiores desafios são em relação à modernização da empresa, em manter a excelência das máquinas conectando com as atuais tendências tecnológicas e aprimorações de sistemas que podem ser implementadas. Tem como objetivo o networking com empresas e fornecedores em busca de novas soluções de mercado.

Quais os principais projetos para os próximos 60 anos?

Queremos cada vez mais mostrar que este é um mercado promissor e um ótimo investimento para as próximas gerações. Nos atualizamos sempre sobre os diferentes empreendimentos e modelos de negócios, pois vemos a Indumec como o principal pilar do Grupo Koller. Planejamos nos manter na indústria madeireira e esperamos aumentar nossa rede de conexões, inclusive com novos públicos, aproveitando oportunidades de participar de feiras e eventos que nos possibilitem essa troca de conhecimento com outros profissionais do setor.

HISTORIA E TECNOLOGIA

O segmento madeireiro do Brasil passou por grande desenvolvimento nas últimas décadas. A modernização das máquinas, o aproveitamento de matéria prima e o aumento no cuidado com o meio ambiente foram algumas das mudanças mais perceptíveis. Um dos responsáveis por parte desse desenvolvimento não é nascido no Brasil, mas sente-se brasileiro. Stefan Koller, nascido na região da antiga Iugoslávia e fundador da Indumec Indústria Mecânica Ltda, dedicou-se exclusivamente ao desenvolvimento e produção de máquinas para o beneficiamento do setor da madeira.

Logo após o término da Segunda Guerra Mundial, Stefan Koller, acompanhado de sua mãe, aportou em Paranaguá (PR). Antes disso, o jovem havia cursado a escola técnica de mecânica na Áustria, onde aprendeu a trabalhar com máquinas e motores, mas iniciou efetivamente a vida profissional no Brasil. Após terminar o curso de contabilidade e de desenho mecânico por correspondência, em Irati (PR), mudou-se para Curitiba (PR), onde vive com a família até hoje.

Empresário, vendedor e técnico, no início de sua carreira desenhava e projetava as máquinas, tendo desenhado o primeiro Secador que foi produzido no Brasil. Hoje, com 88 anos de idade, ainda acompanha os rumos da Indumec. A empresa está entre as mais importantes na confecção de máquinas para fabricação de compensado. A recomendação de Stefan para atingir este patamar é acompanhar os avanços tecnológicos e jamais deixar de lado a constante busca por melhoria no desempenho. Ele afirma: “é difícil vender a primeira máquina, mas muito mais difícil é vender a segunda ou a terceira para o mesmo cliente, porque nossos maquinários são quase como nossa própria concorrência, pela alta qualidade e durabilidade”.

Atualmente, a empresa é dirigida pelos filhos Anne Marie e Eduardo, e mais recentemente conta com a terceira geração, as netas Stephanie e Eduarda, que também estão dando continuidade ao que ele começou há tantos anos atrás. No início, a Indumec contava com 12 funcionários, e com o passar do tempo foi
necessário achar um novo local para expandir e hoje em dia a empresa conta com 50 funcionários.

Como veio parar no Brasil?

Stefan: Eu tinha 17 anos quando vim para o Brasil, em 1951. Meu pai faleceu na guerra, lutando como soldado. Tinha nove anos na época e foi um período muito difícil. Junto com a minha mãe, fomos expulsos de nossa casa e tivemos que morar de favor na casa de outras pessoas, fugindo da guerra e nos escondendo de bombardeios dos aviões. Lembro-me ainda, onde as bombas caiam abria-se um enorme buraco. Casas inteiras de repente sumiam. Depois da guerra, nós moramos sete anos na Áustria, e de lá organizaram um grupo grande de 500 famílias e nos trouxeram para o Brasil.

Como foi o início no Brasil?

Stefan: Viemos de navio. Chegamos em Paranaguá (PR) e de lá fomos e ficamos em uma região perto de Guarapuava. No começo foi muito difícil, não falávamos nada de português. Fomos aprendendo devagar, eu trabalhava como garçom e depois de um ano e meio morando no Brasil que me matriculei no ginásio – atual ensino médio – e consegui entrar em cursos preparatórios.

Qual foi o primeiro trabalho no Brasil?

Trabalhei em uma oficina mecânica em Guarapuava, porque na Áustria eu já trabalhava em fábricas como aprendiz de mecânico. Em Irati, onde morei por quase dez anos, trabalhava diretamente com máquinas, e fazia a serra fita e o torno em uma empresa do setor. No ano de 1961, depois que terminei contabilidade em Irati, queria fazer faculdade de engenharia, então viemos morar em Curitiba.

No final não consegui fazer engenharia, pois precisava de um emprego, e não foi mais possível estudar e trabalhar ao mesmo tempo. Mas me orgulho pelo meu filho que fez engenharia. Neste emprego em Curitiba, também na área, eu trabalhei como projetista com o aprendizado do curso de desenho mecânico por correspondência, que fiz ainda em Irati, e desenhei o primeiro Secador que foi produzido no Brasil, a partir de um prospecto. Após isso, entrei na Indumec.

Como era a situação na época para o desenvolvimento dessa atividade?

Stefan: Foi bastante lento. Quase ninguém conhecia o compensado quando foram fabricadas as primeiras prensas. A diferença é grande comparado com as prensas atuais, principalmente se falando na tecnologia, que possibilitou o aumento da produção, mas naquele tempo era novidade no mercado.

Para a maioria das pessoas, máquinas de beneficiamento de madeira são apenas instrumentos que aproveitam matéria prima. Qual o significado que essas máquinas têm para o senhor?

Stefan: Olho para uma máquina dessa com certo amor, porque a gente ajudou a criar. Ela fala bastante para o nosso sentimento. Tem uma importância muito grande.

Como começou na lndumec?

Stefan: Em 1970 entrei como sócio, eu assumi o risco dessa mudança de sair de um emprego estável com o apoio da minha esposa e da minha mãe, pois tinha a certeza de que seria o melhor investimento da minha vida. Depois de um ano e meio, veio a oportunidade de comprar a parte dos outros sócios e passei a tocar a Indumec. Vendi tudo o que tinha acreditando neste sonho, e fomos morar nos fundos da empresa até conseguir atingir uma estabilidade novamente, oito anos mais tarde. O suporte da minha família sempre foi essencial e com muito trabalho consegui desenvolver a empresa para o que é hoje.

Durante os mais de 50 anos de Indumec como avalia o comportamento do mercado madeireiro?

Stefan: O setor madeireiro sempre esteve e vai continuar com altos e baixos, influenciando muito a fabricação das máquinas. Quanto está bom, compra-se até demais, e quando está ruim, tudo para. Então temos também, para nós que vendemos as máquinas, altos e baixos. Geralmente se passam dois anos bons e um ruim. Não é por isso que vamos desanimar. O mercado tem variações, mas se recupera rápido.

Qual suas obrigações na empresa nos dias de hoje?

Stefan: Há algum tempo estou deixando nas mãos dos filhos. Agora estou apenas ajudando quando precisam. Estou quase todos os dias na empresa. Agora não mais tão cedo quanto antes e não fico até tão tarde. Considero-me um vencedor, senão a Indumec não estaria onde está. Sou um pouco de tudo, empresário, vendedor e técnico. As primeiras máquinas, eu que projetei. Hoje já tem outros engenheiros projetando, mas as primeiras eu desenvolvi tecnologia nova.

Quando a Indumec surgiu, a competitividade era menor?

Stefan: A Indumec acompanhou o desenvolvimento das outras indústrias e nunca deixou de inovar os seus equipamentos. Sempre desenvolvemos novas máquinas. Procuramos olhar o que é feito na Europa e Estados Unidos, e a gente tenta fazer algo parecido, com o custo menor e a produção boa comparada com as máquinas de maior custo.

O que o Brasil se tornou para o senhor?

Stefan: Para mim, o Brasil não é apenas uma segunda pátria. Na verdade é a única que tenho. Na Croácia os descendentes alemães eram expulsos e não tinham nem como pensar em voltar. A Áustria é um país muito pequeno e estava tudo pronto, não havia nada para ser desenvolvido. Mais de 60 anos, que moro no Brasil e a Áustria está tudo igual, como naquela vez que deixei o país. Aqui no Brasil tudo cresceu e desenvolveu. O povo é amável e fomos bem recebidos. Sinto-me em casa aqui e não na Europa.

Atualmente, qual é o modelo mais comercializado pela Indumec?

Stefan: O maquinário mais comercializado é a prensa, com carregadores e descarregadores automáticos.

Nossa prensa é composta de pratos com chapas de aço maciço perfurados, para que haja melhor distribuição de calor e otimização de tempo, e hoje produzimos prensas de até 41 pratos, que garantem um ciclo contínuo de produção.

O projeto do carregador e descarregadores foi comprado da empresa Raute Wood da Finlândia, que possibilita que as lâminas sejam carregadas com o número máximo de chapas, prensadas de uma vez só. E, automaticamente após prensar, o descarregador abre e empurra uma de cada vez para fora, empilhando-as.

A Indumec é uma empresa familiar que está na terceira geração. Quais os desafios e objetivos para a nova geração dar continuidade no que foi iniciado há 60 anos atrás?

Para Stephanie e Eduarda, netas do fundador Stefan, os maiores desafios são em relação à modernização da empresa, em manter a excelência das máquinas conectando com as atuais tendências tecnológicas e aprimorações de sistemas que podem ser implementadas. Tem como objetivo o networking com empresas e fornecedores em busca de novas soluções de mercado.

Quais os principais projetos para os próximos 60 anos?

Queremos cada vez mais mostrar que este é um mercado promissor e um ótimo investimento para as próximas gerações. Nos atualizamos sempre sobre os diferentes empreendimentos e modelos de negócios, pois vemos a Indumec como o principal pilar do Grupo Koller. Planejamos nos manter na indústria madeireira e esperamos aumentar nossa rede de conexões, inclusive com novos públicos, aproveitando oportunidades de participar de feiras e eventos que nos possibilitem essa troca de conhecimento com outros profissionais do setor.