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60 ANOS DE HISTÓRIA

60 ANOS DE HISTÓRIA

A Indumec Indústria Mecânica Ltda completa 60 anos de atividade neste março de 2023 como uma empresa consolidada no setor de máquinas e equipamentos para o setor da madeira, sempre em busca de inovação e qualidade, contribuindo para o desenvolvimento do setor madeireiro no Brasil. Foi com constante estudo e pesquisa sobre as tendências do mercado, através de melhorias tecnológicas e prestação de serviço de qualidade que a Indumec atingiu o marco dos 60 anos sendo referência em máquinas e equipamentos para o setor madeireiro.
Tudo começou em 1970, quando Stefan Koller entrou como sócio da Indumec e depois de um ano e meio atuando adquiriu o empreendimento. No início, a fábrica estava estabelecida no bairro Alto da XV, em Curitiba (PR), nos fundos do sobrado da família, em uma garagem, possuía 12 funcionários, sendo um deles Dario Pires Machado Filho, que esteve presente ao lado de Stefan durante o crescimento da empresa. Com o passar do tempo, foi necessário achar um novo local e hoje em dia a empresa conta com 50 funcionários e está instalada no bairro CIC (Cidade Industrial de Curitiba) em uma área de 12mil m² (metros quadrados) de área construída.

“A trajetória se deu com muito trabalho, persistência diante dos desafios e investimento contínuo em qualidade na produção de máquinas e equipamentos para o setor madeireiro. Tudo isso, com honestidade e dedicação”, sintetiza o fundador Stefan Koller, que hoje está com 88 anos e continua vindo diariamente para a empresa, direcionando e compartilhando sua experiência.

MÁQUINAS COM TECNOLOGIA

A Indumec iniciou as atividades com a fabricação de prensas para compensados e passadeiras de cola. A prensa era de 11 pratos e fabricada de forma artesanal, sem qualquer tipo de desenho. Atualmente a prensa continua sendo o maquinário mais comercializado pela empresa, agora com carregadores e descarregadores automáticos, e com até 41 pratos, que garantem um ciclo contínuo de produção. O projeto do carregador e descarregadores foi comprado da empresa Raute Wood da Finlândia, que possibilita que as lâminas sejam carregadas com o número máximo de chapas, prensadas de uma vez só. E, automaticamente após prensar, o descarregador abre e empurra uma de cada vez para fora, empilhando-as.

Da esquerda para direita:
Stephanie Koller Scarduelli, Anne Marie Koller, Stefan Koller, Eduardo Koller, Eduarda Koller

HISTÓRIA

DESAFIOS E CONQUISTAS

Permanecer no mercado ao longo desses anos como referência foi uma das principais conquistas da empresa, conforme relata Stefan, que sempre se orgulhou da alta qualidade entregue aos clientes. “É difícil vender a primeira vez, mas é muito mais difícil vender a segunda e a terceira. Nossos maquinários são nossa própria concorrência pela alta qualidade e durabilidade”, destaca o precursor. Para além disso, uma conquista pessoal para Stefan é ver seus filhos e mais recentemente as netas trabalhando e dando continuidade ao que ele começou há 6 décadas.
Para Stephanie Koller Scarduelli e Eduarda Koller, netas do fundador, os maiores desafios são em relação a modernização da empresa, em manter a excelência das máquinas conectando com as atuais tendências tecnológicas e aprimoramentos de sistemas que podem ser implementados, visando o networking com empresas e fornecedores em busca de novas soluções do mercado.

Como a Indumec é o principal pilar do Grupo Koller, para os próximos 60 anos a empresa quer cada vez mais mostrar que o mercado madeireiro é promissor e um ótimo investimento para as próximas gerações. Por isso, a direção busca sempre se atualizar sobre os diferentes empreendimentos e modelos de negócios. A ideia é manter a Indumec na indústria madeireira e aumentar a rede de conexões, inclusive com novos públicos, aproveitando oportunidades de participar de feiras e eventos que possibilitem a troca de conhecimento com outros profissionais da área.

“PARA OS PRÓXIMOS 60 ANOS, A EMPRESA QUER CADA VEZ MAIS MOSTRAR QUE O MERCADO MADEIREIRO É PROMISSOR E UM ÓTIMO INVESTIMENTO PARA AS PRÓXIMAS GERAÇÕES. POR ISSO, A DIREÇÃO BUSCA SEMPRE SE ATUALIZAR SOBRE OS DIFERENTES EMPREENDIMENTOS E MODELOS DE NEGÓCIOS.”

“QUANDO VEIO A OPORTUNIDADE DE COMPRAR A PARTE DOS OUTROS SÓCIOS, VENDI TUDO O QUE TINHA ACREDITANDO NESTE SONHO E FOMOS MORAR NOS FUNDOS DA EMPRESA ATÉ CONSEGUIR ATINGIR UMA ESTABILIDADE NOVAMENTE, 8 ANOS MAIS TARDE. O SUPORTE DA MINHA FAMÍLIA SEMPRE FOI ESSENCIAL E COM MUITO TRABALHO CONSEGUI DESENVOLVER A EMPRESA PARA O QUE É HOJE.”

ENTREVISTA COM STEFAN KOLLER

COMO VEIO PARAR NO BRASIL?

Stefan: Eu tinha 17 anos quando vim para o Brasil, em 1951. Meu pai faleceu na guerra, lutando como soldado. Tinha nove anos na época e foi um período muito difícil, junto com a minha mãe, fomos expulsos de nossa casa e tivemos que morar de favor na casa de outras pessoas, fugindo da guerra e nos escondendo de bombardeios dos aviões. Lembro-me ainda, onde as bombas caiam abria-se um enorme buraco. Casas inteiras de repente sumiam. Depois da guerra, nós moramos sete anos na Áustria, e de lá organizaram um grupo grande de 500 famílias e nos trouxeram para o Brasil.

COMO FOI O INÍCIO AQUI NO BRASIL?

Stefan: Viemos de navio. Chegamos em Paranaguá (PR) e de lá fomos e ficamos em uma região perto de Guarapuava. No começo foi muito difícil, não falávamos nada de português. Fomos aprendendo devagar, trabalhava como garçom e depois de um ano e meio morando no Brasil, me matriculei no ginásio – atual ensino médio – e consegui entrar em cursos preparatórios.

QUAL FOI O SEU PRIMEIRO TRABALHO NO BRASIL?

Stefan: Trabalhei em uma oficina mecânica em Guarapuava, porque na Áustria eu já trabalhava em fábricas como aprendiz de mecânica. Em Irati, onde morei por quase dez anos, trabalhava diretamente com máquinas, e fazia a serra fita e o torno em uma empresa do setor. No ano de 1961, depois que terminei contabilidade em Irati, queria fazer faculdade de engenharia, então viemos morar em Curitiba.
No final não consegui fazer engenharia, pois precisava de um emprego, e não foi mais possível estudar e trabalhar ao mesmo tempo. Mas me orgulho pelo meu filho que fez engenharia. Neste emprego em Curitiba, também na área, eu trabalhei como projetista com o aprendizado do curso de desenho mecânico por correspondência, que fiz ainda em Irati, e desenhei o primeiro Secador que foi produzido no Brasil, a partir de um prospecto. Após isso, entrei na Indumec.

COMO COMEÇOU NA INDUMEC?

Stefan: Em 1970 entrei como sócio, eu assumi o risco dessa mudança de sair de um emprego estável com o apoio da minha esposa e da minha mãe, pois tinha a certeza de que seria o melhor investimento da minha vida. Depois de um ano e meio, veio a oportunidade de comprar a parte dos outros sócios e passei a tocar a Indumec. Vendi tudo o que tinha acreditando neste sonho, e fomos morar nos fundos da empresa até conseguir atingir uma estabilidade novamente, oito anos mais tarde. O suporte da minha família sempre foi essencial e com muito trabalho consegui desenvolver a empresa para o que é hoje.

ATUALMENTE, QUAL É O MODELO MAIS COMERCIALIZADO PELA INDUMEC?

Stefan: O maquinário mais comercializado é a prensa, com carregadores e descarregadores automáticos.
Nossa prensa é composta de pratos com chapas de aço maciço perfurados, para que haja melhor distribuição de calor e otimização de tempo, e hoje produzimos prensas de até 41 pratos, que garantem um ciclo contínuo de produção.
O projeto do carregador e descarregadores foi comprado da empresa Raute Wood da Finlândia, que possibilita que as lâminas sejam carregadas com o número máximo de chapas, prensadas de uma vez só. E, automaticamente após prensar, o descarregador abre e empurra uma de cada vez para fora, empilhando-as.

QUAIS OS PRINCIPAIS PROJETOS PARA OS PRÓXIMOS 60 ANOS?

Queremos cada vez mais mostrar que este é um mercado promissor e um ótimo investimento para as próximas gerações. Nos atualizamos sempre sobre os diferentes empreendimentos e modelos de negócios, pois vemos a Indumec como o principal pilar do Grupo Koller. Planejamos nos manter na indústria madeireira e esperamos aumentar nossa rede de conexões, inclusive com novos públicos, aproveitando oportunidades de participar de feiras e eventos que nos possibilitem essa troca de conhecimento com outros profissionais do setor.

COMO ERA A SITUAÇÃO NA ÉPOCA PARA O DESENVOLVIMENTO DESSA ATIVIDADE?

Stefan: Foi bastante lento. Quase ninguém conhecia o compensado quando foram fabricadas as primeiras prensas. A diferença é grande comparado com as prensas atuais, principalmente se falando na tecnologia, que possibilitou o aumento da produção, mas naquele tempo era novidade no mercado.

A INDUMEC É UMA EMPRESA FAMILIAR QUE ESTÁ NA TERCEIRA GERAÇÃO. QUAIS OS DESAFIOS E OBJETIVOS PARA A NOVA GERAÇÃO DAR CONTINUIDADE NO QUE FOI INICIADO HÁ 60 ANOS ATRÁS?

Para Stephanie e Eduarda, netas do fundador Stefan, os maiores desafios são em relação à modernização da empresa, em manter a excelência das máquinas conectando com as atuais tendências tecnológicas e aprimorações de sistemas que podem ser implementadas. Tem como objetivo o networking com empresas e fornecedores em busca de novas soluções de mercado.

Entrevistas concedidas a Revista Referência Industrial – Edição de Março de 2023″